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Cenários para a economia em 2015
29 Dez, 2014 às 08:00
- Passado o calor das eleições e com a definição da equipe econômica para o próximo mandato, o que esperar da economia brasileira em 2015? A melhor expectativa seria a recuperação dos bons fundamentos representados pela consistência do “tripé” da política macroeconômica: metas de inflação, metas de superávits primários, e flutuação cambial.Com a escolha de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, houve um ganho de qualidade na política econômica, o que é uma boa notícia. Mas não se sabe, diante da magnitude elevada do ajuste a ser realizado e dos custos que, necessariamente, aparecerão em curto e médio prazo, se suas ações terão pleno suporte por parte da presidente Rousseff.Há quem acredite que o crescimento do PIB no terceiro trimestre tirou o país da “recessão técnica”. De fato, não ocorreu um terceiro trimestre consecutivo de queda, mas a “recuperação” de míseros 0,1% no terceiro trimestre, o que está longe de merecer alguma comemoração. O Setor externo, a conta corrente, ficou deficitário em US$ 8,1 bilhões em outubro, levando o déficit em 12 meses a US$ 84,4 bilhões, ou seja, 3,73% do PIB, a maior porcentagem em termos absolutos desde fevereiro de 2002.O PIB crescerá pouco em 2015. Esse baixo crescimento resultará, principalmente, da retração dos investimentos e da desaceleração adicional do consumo das famílias. O menor crescimento do consumo das famílias em 2015 será função das condições de mercado de trabalho mais desfavoráveis, da menor expansão do crédito bancário e da alta dos juros bancários. Como usualmente ocorre nos anos seguintes às eleições presidenciais, a expansão do consumo do governo será menor. Assim, a diminuição dos investimentos no ano será consequência do aumento dos juros, da menor oferta de crédito, da baixa confiança dos empresários e de menores investimentos públicos.A inflação superará o limite da meta em 2015 e a depreciação cambial contribuirá para manter a inflação elevada nos próximos anos. A taxa Selic continuará aumentando em 2015, mas não na magnitude necessária para reduzir a inflação para um patamar próximo ao centro da meta em 2016. O ciclo de aperto monetário e o baixo crescimento da atividade em 2015 reduzirão, ainda mais, a expansão do crédito e elevarão os juros bancários e a taxa de inadimplência.A classificação de risco da dívida País não será alterada pelas principais agências de risco em 2015, sob a perspectiva de que o governo adotará uma política fiscal mais austera e mais transparente. A não adoção dessa estratégia aumentaria a probabilidade de o Brasil ter sua classificação de risco reduzida para um patamar abaixo do grau de investimento.O ajuste necessário para a economia brasileira não será uma tarefa fácil, nem prazerosa, porém esse é o cenário para o qual as empresas precisam adequar os seus planejamentos e ações.Fonte: G1
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