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Pré-sal pode triplicar reservas brasileiras
05 Nov, 2012 às 17:46
- Conquista depende, porém, de tecnologias mais seguras e fornecedores capacitados.O anúncio da descoberta do pré-sal em 2007 mudou radicalmente o panorama do setor de petróleo e colocou o País sob os holofotes mundiais. Com esses recursos, o Brasil pode mais que triplicar suas reservas petrolíferas até 2020 e ingressar no clube dos maiores produtores do mundo.Hoje, o País tem reservas provadas de 15,7 bilhões de barris de petróleo. Estimativas da Coppe/UFRJ apontam potencial de mais 55 bilhões nos próximos seis anos, a maior parte localizada no pré-sal.Para tornar essa projeção uma realidade, porém, Petrobrás e outras petrolíferas têm pela frente dois grandes desafios: desenvolver tecnologias que permitam a exploração submarina abaixo da camada de sal com segurança e identificar fornecedores locais que atendam à demanda a preços competitivos e dentro de prazos apertados.Atualmente, o Brasil ocupa a 14ª posição no ranking mundial de reservas de petróleo, liderado pela Arábia Saudita, segundo dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Com mais 55 bilhões de barris, o País subiria para a 8ª posição, ultrapassando nações como Líbia e Cazaquistão.Em um esforço de viabilizar a produção e fazer novas descobertas no pré-sal, Petrobrás e empresas parceiras estão investindo US$ 93 bilhões entre 2012 e 2016. O montante equivale a 40% de todo o investimento previsto pela estatal no período.Na avaliação do diretor de tecnologia e inovação da Coppe/UFRJ, Segen Estefen, são três os desafios tecnológicos impostos pelo pré-sal: desenvolvimento de materiais anticorrosão, para profundidades que variam de cinco mil a sete mil metros a partir do nível do mar; aprimoramento das técnicas de perfuração, para driblar a espessa camada de sal e mais cinco quilômetros de rochas; e o escoamento da produção, pois as plataformas ficam a 300 quilômetros da costa.Corrida. Desde que o primeiro óleo foi extraído do pré-sal, em setembro de 2008, esses desafios vêm, aos poucos, sendo vencidos. Hoje, há oito campos em produção comercial no pré-sal nas bacias de Campos e Santos. Deles são extraídos mais de 200 mil barris de petróleo por dia, uma produtividade que surpreendeu a própria Petrobrás.A maior dificuldade tem sido o transporte até a costa. Uma opção, aponta a Coppe, seria construir uma malha dutoviária para escoar o petróleo. Hoje, ele é transportado por navios."Do ponto de vista tecnológico, temos de transformar os desafios em oportunidades. Temos de fazer da corrida do pré-sal o mesmo que os Estados Unidos fizeram com a corrida espacial. Muitas tecnologias que estão no dia a dia dos americanos e do resto do mundo foram desenvolvidas naquela época (os anos 60 e 70) e ganharam novas aplicações", afirma Estefen.O desenvolvimento de fornecedores locais também é uma preocupação. A Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) estima que, entre 2010 e 2020, o dispêndio (investimentos e gastos operacionais) da Petrobrás e de outras operadoras em exploração e produção, incluindo pós e pré-sal, será de US$ 400 bilhões. A maior parte será destinada à construção de plataformas, sondas de perfuração e navios.Algumas dessas plataformas já foram encomendadas no exterior, porque os estaleiros brasileiros não poderiam atender à demanda no prazo ou não teriam capacidade para construí-las. Caso da FPSO (sigla em inglês para unidade flutuantes de produção e armazenamento) Angra dos Reis, que tem conteúdo local abaixo de 5% e responde pela produção do campo de Lula, no pré-sal. Ela foi construída na China.Segundo a Petrobrás, novas unidades de produção estão sendo construídas no estaleiro Rio Grande e poderão atingir conteúdo local de até 75%. Mas a estatal deixa claro que, embora sua política seja de maximização de nacionalização dos projetos, isso não ocorrerá a qualquer custo.E diz que "se um determinado item ou serviço não tiver no Brasil preço competitivo, qualidade, prazo para atendimento e quantidade suficientes para atender à demanda, será importado".Para evitar isso, a Onip está mapeando os gargalos do setor e identificando as oportunidades de nacionalização de componentes. As maiores estão no segmento de navipeças: cem projetos já foram enumerados."A fase de exploração dos blocos é de três a cinco anos, e o desenvolvimento da produção leva mais dois a quatro anos", afirma o superintendente da Onip Luiz Mendonça. "Temos tempo suficiente para a cadeia produtiva se preparar para o pré-sal. Temos de fazer como a Coreia, que não tem uma gota de petróleo, mas exporta para o mundo".O setor enfrenta incertezas sobre as novas rodadas de licitação da Agência Nacional do Petróleo (ANP) por causa do impasse na votação sobre os royalties e no marco regulatório do pré-sal. A última rodada foi em 2008."As empresas já instaladas no Brasil veem se aproximar o esgotamento de suas áreas e as que se prepararam para entrar no mercado não conseguem oportunidade", diz Flávio Rodrigues, coordenador do Comitê de Relações Externas do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás."O País perde investimentos essenciais e o governo perde receitas que seriam fundamentais para a promoção do desenvolvimento", acrescenta. Apesar disso, ele diz ter recebido com otimismo o anúncio do governo de que a 11ª rodada ocorrerá em maio de 2013, e a primeira do pré-sal, em novembro de 2013. Fonte: Danielle Nogueira O GLOBO
Queda de energia causa prejuízo de até R$ 100 mi ao ano
01 Nov, 2012 às 17:50
- Seja por chuvas e trovoadas ou por problemas nas redes de distribuição, as quedas de energia são comuns nas residências brasileiras. Segundo cálculos do grupo de eletricidade atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o prejuízo anual causado pela queima de equipamentos eletrônicos chega a R$ 100 milhões.Geralmente, a quebra dos aparelhos acontece quando a energia é restabelecida. Por isso, os eletrônicos que não estiverem conectados a estabilizadores (equipamentos usados para corrigir a variação da tensão recebida pela rede elétrica) devem ser desligados em caso de falta de luz. Caso o consumidor não lembre se o produto estava ou não ligado na hora em que a energia acabou, deve tirá-lo imediatamente da tomada.Além dos blecautes, os raios podem danificar os aparelhos mais sensíveis, como lâmpadas, fontes de alimentação de computadores e televisores, pois geram a variação da tensão - quando a energia não chega a cair completamente e oscila entre altas e baixas tensões. Nestes casos, a recomendação também é desligá-los.Para proteger os eletrônicos das constantes quedas de energia, o consumidor pode instalar filtros de linha, estabilizadores, nobreaks ou dispositivos de proteção contra surtos de tensão (DPS). Estes últimos ficam junto ao quadro geral de distribuição da residência e descarregam os pulsos através do fio de aterramento.Os filtros de linha são os mais baratos, mas sozinhos não são suficientes em casos de apagões de grande dimensão. Os estabilizadores, que corrigem a variação de tensão que recebem da rede elétrica, são os mais indicados para o uso residencial. Já os nobreaks, na maioria dos casos, incorporam a função dos estabilizadores e também têm uma bateria própria, cujo tempo varia de acordo com o produto (há modelos com duração de até dez horas)."Independente da aquisição de algum destes dispositivos pelo consumidor, as concessionárias de energia são responsáveis por dispositivos de segurança instalados em suas redes para minimizar estas ocorrências", diz Fátima Lemos, assessora técnica do Procon-SP.Se a queima de algum equipamento ligado na tomada ocorrer, uma resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) assegura prazos para a vistoria e ressarcimento. O consumidor deve registrar a ocorrência junto aos canais disponíveis pela concessionária para atendimento (internet, telefone, visita pessoal ao posto de atendimento, entre outros), no prazo de até noventa dias, especificando os equipamentos danificados.Segundo Fátima, a concessionária terá 10 dias corridos para inspecionar o equipamento danificado (no caso de equipamentos utilizados para acondicionamento de alimentos perecíveis ou medicamentos, o prazo é de um dia), 15 dias para apresentar por escrito resposta ao pedido, e 20 dias para fazer o ressarcimento. Caso esta vistoria não seja feita, o prazo para resposta é de 15 dias contados da data da solicitação do ressarcimento.EconomídiaEspecial para o Terra