Preço do barril cai 52% em cinco meses

19 Jan, 2015 às 08:00

  • Depois de três anos e meio de estabilidade, negociado entre 100 e 120 dólares de janeiro de 2011 a agosto do ano passado, o preço do barril de petróleo não para de cair. Nos últimos cinco meses, a desvalorização foi de 52%. Em agosto, o preço chegou a 103 dólares. Na sexta-feira (16), o Brent – principal referência do mercado de petróleo -, era negociado a 49 dólares. O atual patamar é semelhante ao registrado após a crise financeira de 2008. Naquele ano, o preço do barril chegou aos 45 dólares.Apesar das semelhanças, no entanto, os motivos que causaram a desvalorização da commodity são distintos. Há seis anos, havia falta de liquidez generalizada e o preço do barril voltaria aos 100 dólares dois anos depois. Agora, há grande oferta de petróleo e demanda fraca, de modo que não há expectativa de mudanças súbitas.“A economia mundial está num processo de baixo crescimento. A Ásia está desacelerando, então há um desaquecimento do lado da demanda”, diz o professor de economia internacional e de mercado de capitais, Ricardo Eleutério.Há ainda quem acredite que não veremos o barril acima de 100 dólares novamente. Em entrevista ao jornal USA Today, publicada na segunda-feira (12), o príncipe saudita Alwaleed bin Talal, bilionário tido como o árabe mais influente do mundo, afirmou que “o preço do petróleo acima de 100 dólares é artificial. Não é correto.”Em novembro do ano passado, integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiram não diminuir a oferta, mesmo com a queda da demanda, mantendo a produção em 30 milhões de barris por dia.Como o custo da exploração de petróleo nos países da Opep é baixo, se comparado, por exemplo, à exploração nas águas profundas do pré-sal ou nas reservas de xisto, a queda do preço não afeta os membros da Organização.“Avalia-se que extração de xisto é viável até o patamar de 25 dólares”, diz o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças, secção Ceará (Ibef-CE), Delano Macedo.Prós e contrasDentre as consequências positivas da desvalorização do petróleo, se destaca a redução da pressão inflacionária global “Pela importância do petróleo para o setor produtivo, o preço mais baixo pode estimular o crescimento”, diz Eleutério.Por outro lado, o professor diz que o preço mais baixo deve agravar ainda mais a situação de países dependentes da exploração de petróleo, como a Rússia. “Isso deve levar a Rússia a uma recessão” afirmou ele.Fonte: O Povo

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