Consumidor deve mais, mas é melhor pagador

14 Jan, 2014 às 11:06

  • O número de famílias endividadas cresceu em média 7,5% no ano passado, segundo a Pesquisa Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), divulgada anteontem. O fato mais importante é que a inadimplência se estabilizou - e isso sugere que há algum espaço para o aumento de compras, neste ano, a menos que as pressões inflacionárias recrudesçam a ponto de afetar o poder aquisitivo das famílias e restrinjam a decisão de consumir. Isso é mais do que mera hipótese.Nos últimos três anos, o número de famílias endividadas não mudou substancialmente. Eram 9,09 milhões de famílias com dívidas em 2011, número que caiu para 8,47 milhões, em 2012, e voltou a subir para 9,10 milhões, no ano passado. Já o número de famílias com contas em atraso declinou 19,2%, em três anos, passando de 3,76 milhões, em 2010, para 3,39 milhões, em 2011, chegando a 3,039 milhões, em 2012, e se estabilizando em 3,04 milhões em 2013.Mais expressivo foi o ritmo anual de queda do número de famílias sem condições de pagar as dívidas em atraso: 10,6%, em 2011; 11,9%, em 2012; e 1,6%, no ano passado. Os consumidores, portanto, dão sinais de que adotam uma postura bem mais conservadora com relação ao endividamento.A qualidade do endividamento é pouco saudável: 75,2% admitiram dívidas no cheque especial; 18,7% em carnês; e 10,5% em crédito pessoal. São modalidades com custos elevados. A parcela da renda comprometida com dívidas teve leve queda, de 30%, em 2012, para 29,4%, no ano passado. E caiu o porcentual dos que se consideram muito endividados, de 13% para 12,4%.Mas os entrevistados estão tomando mais crédito consignado, financiando autos e a casa própria. Neste caso, são dívidas com custos módicos. Há, portanto, uma tendência de mudança do perfil das dívidas, o que explica a estabilização da inadimplência, segundo a CNC.A pesquisa separa as famílias com renda superior e inferior a dez salários mínimos. Estas, proporcionalmente, têm atrasos muito superiores aos daquelas com maior renda, além de menor capacidade de pagamento de dívidas em atraso. Ou seja, o problema do endividamento é mais grave nas famílias de renda média ou baixa.Parece óbvio, mas é um fato relevante num ano de eleições, em que os fatores econômicos têm grande importância nas decisões de escolha dos representantes.
     Fonte: O Estado de São Paulo 

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