Dólar alto pode dar maior fôlego à economia do Brasil

30 mar, 2015 às 08:00

  • O dólar valorizado pressiona os preços no mercado interno, aumentando a inflação, e é ruim para quem vai viajar. Mas, em um ano em que é prevista retração do Produto Interno Bruto (PIB), o fortalecimento da moeda pode dar algum fôlego às exportações e à própria atividade econômica. O dólar tem fechado acima dos R$ 3 e a previsão dos investidores ouvidos pela pesquisa Focus, do Banco Central (BC), é de que encerra 2015 cotada em torno de R$ 3,15.A consequência disso, segundo o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, será as empresas focarem nas exportações, com aumento das vendas para os Estados Unidos entre 15% e 20%. “As importações de todos os países da América da Sul (que compram do Brasil) estão caindo, pois suas exportações de commodities estão recuando em função da queda de preços”, explica.Na Europa, a recuperação econômica é lenta. A China deve ter desaceleração do crescimento. “O único mercado consistente hoje são os Estados Unidos. Estão tendo recuperação da crise e o Brasil está redescobrindo o mercado. Para a América do Sul, as exportações vão continuar caindo, qualquer que seja a taxa de câmbio. Para a Venezuela, houve queda de 47% nos dois primeiros meses do ano”, diz.A própria equipe econômica do governo aposta nas vendas externas como alternativa ante a perspectiva de uma atividade interna fraca. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, prometeu reaproximação comercial com os EUA e disse que o dólar alto estimularia as exportações. Ele foi aos Estados Unidos em visita oficial, em fevereiro. Os dois países têm dialogado e já assinaram acordos para estreitar as relações comerciais.Na última semana, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que o setor externo deve contribuir para a economia em 2015. Previu que a balança comercial fechará positiva este ano, apesar da queda nos preços das commodities. Segundo o Relatório Trimestral de Inflação, a autoridade monetária projeta fechamento positivo em US$ 4 bilhões para a balança.O dólar alto deixa os produtos brasileiros com preços atraentes no exterior e se forem fechados mais negócios de exportação, a indústria nacional vai produzir e empregar mais. Mas há a desvantagem de muitos insumos usados pelas empresas serem importados e estão caros com o dólar alto.Tiago Henrique Kuhn é gerente de exportações da Pak, empresa que cuida das operações de comércio exterior da fábrica paranaense de biscoitos Nutrisul S.A. Ele explica que o custo de produção dos biscoitos aumentou, porque a farinha de trigo importada. Os preços dos biscoitos tiveram de ser ajustados no mercado interno, mas, no exterior, o dólar em alta tem ajudado a pelo menos segurar os valores atuais. No patamar que está, a gente consegue manter as condições que tinha e, em um ou outro caso, até negociar”, comenta. A ordem, diz, é investir nas exportações. (Agência Brasil)Números15% a 20% é a projeção de crescimento das exportações do Brasil para os EUAR$ 4 bilhões é a projeção do BC de fechamento positivo da balança comercial do BrasilFonte: O Povo

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