No vermelho, país pode ser rebaixado se não cortar gastos, dizem analistas

01 Nov, 2014 às 09:08

  • Com o pior resultado da história nas contas públicas em setembro, o Brasil está a um passo de perder o grau de investimento se o governo não sinalizar que cortará gastos no próximo ano, avaliam economistas ouvidos pelo G1. Um possível rebaixamento pode desqualificar o país para receber investimentos estrangeiros.Para o especialista em contas públicas da Tendências Consultoria, Felipe Salto, o déficit primário de R$ 20,39 bilhões no mês passado – somado ao rombo de R$ 15,7 bilhões desde janeiro –, “foi pior que as expectativas dos mais pessimistas”.O resultado, em sua avaliação, aumenta o risco do país de perder o grau de investimento, embora acredite que ainda há tempo de o governo agir para evitar esse cenário antes de as agências baterem o martelo.As agências de classificação de risco não tomarão qualquer medida antes de o governo anunciar o rumo de sua política econômica para o próximo ano, diz o ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento e especialista em contas públicas, Raul Velloso.Tudo vai depender da disposição do governo em cortar gastos em 2015, acredita Velloso. “Nenhum governo é suicida para negar austeridade em um momento como este”.Rombo acima do esperadoEm setembro, esperava-se um impacto negativo em torno de R$ 10 bilhões nas contas públicas devido aos pagamentos sazonais do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Mas o aumento de gastos com custeio e investimentos em período eleitoral, e o crescimento menor na arrecadação da Receita, podem ter agravado o rombo.Para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, o possível rebaixamento da nota de crédito está mais ligado ao rumo da nova política econômica de Dilma Rousseff que ao último resultado fiscal.O governo precisaria economizar, pelo menos, R$ 70 bilhões no próximo ano para recuperar a saúde das contas públicas, calcula Perfeito. Até o fim de 2014, o economista enxerga como "impossível" uma reversão do déficit primário.Salto, da Tendências, acredita contudo que 2014 pode terminar sem déficit primário. “De outubro a dezembro, o governo ainda conta com receitas extraordinárias, como o Refis, dividendos e o leilão de 4G que entrará no resultado deste mês”. Fonte: G1

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