'Prévia do PIB' indica retração de 0,15% em 2014, diz Banco Central

12 fev, 2015 às 08:00

  • A economia do país registrou em 2014 a primeira retração em cinco anos, segundo indicam dados divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que é calculado pelo BC e busca ser uma espécie de "prévia do PIB" (Produto Interno Bruto), teve contração de 0,15% no ano passado.A comparação foi feita sem ajuste sazonal, pois considera períodos iguais (ano contra ano), o que é avaliado como mais apropriado por economistas. Levando em conta o resultado de 2014 com ajuste sazonal (dessazonalizado), menos apropriado segundo o mercado, o índice recuou 0,12%.O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, e serve para medir a evolução da economia. O resultado oficial do PIB, porém, será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 27 de março.Se confirmada a expectativa do Banco Central, o resultado do desempenho da economia brasileira, em 2014, será o pior desde 2009 – quando o país sentia os efeitos da crise financeira internacional e o PIB registrou retração de 0,33%. Em 2010, 2011 e 2012, a expansão foi de, respectivamente, 7,53%, 2,73% e 1,03%. No ano passado, o PIB cresceu 2,49%(valor revisado).Pior que as expectativasO resultado da "prévia do PIB" veio pior que expectativa do mercado financeiro, colhida na semana passada. Os analistas dos bancos previram uma alta de apenas 0,07% para o PIB do ano passado. O próprio BC previu, em dezembro do ano passado, que o PIB avançaria somente 0,2% em 2014. Ja a última previsão do governo, feita em novembro, era de uma elevação de 0,5%.Contração no fim do anoOs dados do Banco Central também apontam que a economia brasileira terminou o ano de 2014 com queda. Foi registrada contração tanto em dezembro quanto no quarto trimestre do ano passado.O IBC-Br mensal, após o ajuste sazonal (considerado mais apropriado para esta comparação), registrou recuo de 0,55% em dezembro – a maior retração desde junho, quando o indicador recuou 1,59%.Já no último trimestre de 2014, segundo indica a "prévia do PIB" do Banco Central, houve uma contração de 0,15%. Os números revisados indicam uma alta de 0,05% no primeiro trimestre do último ano, uma retração de 0,88% no segundo trimestre e uma alta de 0,48% no terceiro trimestre.Resultados do IBC-Br x PIBO IBC-Br foi criado para tentar ser um "antecedente" do PIB. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos. Os últimos resultados do IBC-Br, porém, não têm mostrado proximidade com os dados oficiais do PIB, divulgados pelo IBGE."A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores da economia acrescida dos impostos sobre produtos, que são estimados a partir da evolução da oferta total (produção mais importações)", explicou o Banco Central.Em 2012, por exemplo, o IBC-Br mostrou um crescimento de 1,6%. Posteriormente, o resultado oficial do PIB mostrou uma alta menor, de 1%. O mesmo aconteceu em divulgações trimestrais do PIB, quando o indicador não correspondeu aos resultados oficiais do PIB – divulgados pelo IBGE. Em 2013, o BC acertou. Previu uma alta de 2,5% – que foi depois confirmada com as revisão feita pelo IBGE.Mesmo assim, o Banco Central já informou, em 2013, que o IBC-Br não seria uma medida do PIB, mesmo que tenha sido criado para tentar antecipar o resultado, mas apenas "um indicador útil" para o BC e para o setor privado. "Se o IBC-Br acertasse na mosca é que seria surpreendente", afirmou o diretor de Política Econômica da entidade, Carlos Hamilton, no fim de 2012.Definição dos jurosO IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros (Selic) do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária. Atualmente, os juros básicos estão em 12,25% ao ano e a expectativa do mercado, até o momento, é de nova elevações: para 12,50% ao ano, no início de março e para 12,75% ao ano no final de abril.Pelo sistema de metas de inflação que vigora no Brasil, o BC precisa calibrar os juros para atingir as metas preestabelecidas. Quanto maiores as taxas, menos pessoas e empresas dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preços baixem ou fiquem estáveis.Para 2015 e 2016, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Desse modo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.Fonte: G1

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