As investigações do Ministério Público suíço sobre contas suspeitas de movimentarem dinheiro obtido no esquema de corrupção na Petrobras ainda não foram encerradas, mas o órgão já afirma que o centro financeiro do país foi seriamente afetado pelo escândalo.
As apurações da operação Lava Jato no Brasil sobre a corrupção na estatal chegaram a contas suspeitas no exterior, grande parte delas na Suíça.Mas qual é a dimensão do impacto do escândalo brasileiro sobre o sistema financeiro suíço?Procurado pela BBC Brasil, o Ministério Público em Berna diz que o escândalo gerou denúncias de lavagem de dinheiro em níveis "muito acima da média" e que isso desencadeou extensas investigações - que ainda estão em andamento."Os resultados iniciais das investigações indicaram que o sistema financeiro da Suíça foi seriamente afetado pelo escândalo, uma vez que diversas pessoas e companhias que já foram indiciadas e condenadas no Brasil conduziam transações suspeitas envolvendo contas na Suíça", afirmou a porta-voz Walburga Bur.Nesta semana, a agência reguladora do mercado financeiro suíço, FINMA, anunciou ter aberto investigações contra três bancos que não observaram as práticas de combate à lavagem de dinheiro em contas relacionadas ao escândalo da Petrobras.
Desde o governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) assumiu o papel de principal provedor de crédito no Brasil.
A partir da crise internacional de 2008, as operações do banco federal de fomento passam por um boom sem precedentes, infladas por transferências de recursos feitas pelo Tesouro Nacional – o governo emprestou R$ 511 bilhões ao BNDES de 2008 a julho deste ano.A medida, contudo, contribuiu para derrubar as contas do governo - a dívida pública subiu quase meio trilhão de reais no período. A aposta no BNDES como indutor do desenvolvimento também não impediu a queda geral no investimento (que no ano passado teve o pior resultado desde 1999) e a recessão mais grave dos últimos 25 anos.À frente do banco desde 2007, o economista Luciano Coutinho afirmou, em entrevista à BBC Brasil, que há "certo exagero" sobre o papel do BNDES na economia nacional. "A gente não influencia 100% do investimento."Fonte: BBC
O governo chinês anunciou, nesta quinta-feira, que decidiu pôr fim à política do filho único, que por mais de três décadas impediu que casais tivessem mais de uma criança e causou impacto na sociedade e na economia do país. Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, o Partido Comunista determinou que, agora, os casais poderão ter dois filhos.
Poucos lugares sentiram o impacto da política do filho único como Rudong, um condado de cerca de 1 milhão de pessoas na Província de Jiangsu, no leste do país. A política começou a ser aplicada neste lugar sob o regime de Mao Tsé-tung.Mas quando ela virou norma nacional, em 1979, as autoridades de planejamento familiar de Rudong começaram a implementá-la com ainda mais vigor.Em entrevista recente à imprensa estatal chinesa, um oficial aposentando diz que "caçava" mulheres grávidas, as levava em carrinhos para o hospital e mantinha guarda enquanto elas se submetiam a abortos forçados.Um exército de médicos bisbilhoteiros tinha a tarefa de monitorar cuidadosamente os úteros – usando dispositivos portáteis de ultrassom – e de registrar ciclos menstruais para garantir que ninguém estivesse carregando um feto escondido.
O governo da presidente Dilma Rousseff fez sua segunda revisão para o resultado das contas públicas deste ano.
Em janeiro, previa economizar 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto), ou R$ 66,3 bilhões, para pagar os juros da dívida pública. Em julho, a meta mudou para 0,15% do PIB, ou R$ 8,7 bilhões, já causando alvoroço nos mercados financeiros.A nova revisão deve fazer ainda mais barulho: segundo a proposta encaminhada ao Congresso, o governo não só já está prevendo que não vai economizar nada, como ainda vai gastar mais do que conseguiu arrecadar em 2015, gerando o que é conhecido no jargão econômico como "déficit primário".A nova previsão é de que as despesas ultrapassem as receitas da União em 0,8% do PIB, ou R$ 51,8 bilhões, segundo a minuta dessa proposta, divulgada pelo Ministério do Planejamento nesta terça-feira.O deputado federal Hugo Leal (Pros-RJ), relator do projeto de lei para o Orçamento de 2015, diz que a previsão não contabiliza os repasses que o governo ainda precisa fazer a bancos públicos. Também pode mudar se houver problemas com o leilão das hidrelétricas, adiado recentemente para o fim de novembro e com o qual o governo pretende arrecadar R$ 11 bilhões.Segundo a equipe econômica, suas previsões tiveram de ser revistas porque, em função da desaceleração econômica, o governo deve arrecadar neste ano menos em impostos do que estimava.Fonte: BBC
Três semanas após deixar a chefia do Ministério da Educação (MEC), o filósofo Renato Janine Ribeiro diz que o Brasil vive tempos de insensatez.
Sindicatos fazem greves e exigem aumentos, enquanto deputados tentam aprovar projetos que aumentam os gastos públicos. Apesar do agravamento da crise econômica, governo e oposição evitam ceder em suas posições, temendo favorecer os rivais."Não percebem que é um abraço de afogados e que há um risco tremendo de destruir tudo", diz ele.Professor de Ética e Filosofia Política da Universidade de São Paulo (USP), Janine foi demitido na última reforma ministerial, negociada para aumentar o espaço do PMDB no governo.Fonte: CDL
Em meio às investigações do esquema de desvios descoberto na Petrobras pela operação Lava Jato, o país deve assistir nesta sexta-feira ao desfecho daquele que, até pouco tempo atrás, era considerado por muitos o maior escândalo de corrupção da história recente do país: o mensalão.
Enquanto alguns dos pivôs do caso já foram até libertados – entre eles o ex-ministro José Dirceu, que voltou para a cadeia indiciado na Lava Jato –, o imbróglio envolvendo Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, tende a terminar só agora, com sua extradição da Itália para o cumprimento de sua pena.Condenado a 12 anos e 7 meses por corrupção passiva, peculato (desvio de recursos públicos) e lavagem de dinheiro, ele fugiu do Brasil em 2013 para evitar a prisão. Após operação da Interpol, foi localizado e preso em fevereiro do ano passado no país europeu, onde entrou usando os documentos de seu irmão Celso, morto na década de 1970.Por ter cidadania italiana, ele esperava escapar de ser devolvido ao Brasil. Após uma longa batalha judicial, porém, acabou tendo suas expectativas frustradas e já é esperado na Penitenciária da Papuda, em Brasília.Nesta quinta, ele foi entregue pelas autoridades italianas à Polícia Federal brasileira, que o escoltará em um voo comercial de Milão, no norte do país europeu, para São Paulo. A expectativa é de que ele chegue ao Brasil nesta sexta. Fonte: BBC
Ambos imersos em crises sem precedentes, Dilma Rousseff e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), passaram a trocar farpas públicas nos últimos dias por meio da imprensa.
Na Suécia, ela lamentou que as denúncias envolvendo contas na Suíça atribuídas ao peemedebista ocorram "com um brasileiro". Em resposta, Cunha afirmou que o governo da petista tem "o maior escândalo de corrupção do mundo".Mesmo com esse chumbo trocado, o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva (PT-SP), um dos responsáveis pela articulação com o Congresso, minimiza o embate e diz, em entrevista exclusiva à BBC Brasil, que o governo precisa dialogar com Cunha e com a oposição.O petista afirma ainda não ver uma piora na imagem do país com o futuro anúncio, segundo informações da imprensa, de que as contas da União serão fechadas neste ano com um deficit de R$ 50 bilhões. Fonte: BBC
A presidente Dilma Rousseff e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), iniciam uma semana decisiva para ambos, medindo forças.
O acúmulo de documentos de que o peemedebista possui contas milionárias na Suíça parece ter tornado sua saída do cargo uma questão de tempo, mas tampouco pode ser descartada sua manutenção no cargo se houver um acordo com o governo ou outro tipo de composição política.Por outro lado, há o risco de Cunha "cair atirando" e decidir aceitar um dos pedidos de abertura de processo de impeachment contra a petista – é o presidente da Câmara que tem a prerrogativa de decidir se os pedidos têm fundamento e podem ser avaliados pelos demais parlamentares.Ele voltou a dizer nesta segunda-feira que não pretende renunciar ao comando da Casa, mas talvez essa seja a alternativa necessária para preservar seu mandato. Na semana passada, PSOL e Rede entraram com uma representação no Conselho de Ética da Câmara que pode, no limite, resultar na sua cassação.Entenda o que há contra o peemedebista e quais as possíveis implicações dessa crise.Fonte: BBC
A presidente Dilma Rousseff confirmou neste domingo a permanência de Joaquim Levy à frente do Ministério da Fazenda e disse lamentar que o escândalo envolvendo as supostas contas secretas mantidas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, na Suíça tenha como protagonista "um brasileiro".
As declarações foram dadas a jornalistas no hotel onde a presidente está hospedada em Estocolmo, na Suécia. Dilma está em viagem oficial de quatro dias pelo país e pela Finlândia. Ela retorna ao Brasil na noite da próxima terça-feira.Sobre Levy, Dilma desmentiu informação divulgada pela revista Veja de que o titular da Fazenda teria lhe apresentado seu pedido de demissão do cargo. Os dois se reuniram na sexta-feira passada, no fim da tarde, depois que o ex-presidente Lula pediu publicamente a demissão de Levy."O ministro Levy fica", afirmou Dilma. "Ele não está saindo do governo", acrescentou."A partir de agora, não vou mais responder sobre o ministro Levy. Se ele fica, é porque nós concordamos com ela (a política econômica)." Fonte: BBC
O número de consumidores brasileiros com contas atrasadas aumentou 5,45% no mês de setembro com relação a igual mês do ano passado, de acordo com o Indicador de Inadimplência apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O resultado representa uma aceleração se comparado com o dado de agosto, quando a variação anual havia sido de 4,86%. Na comparação com agosto deste ano, sem ajuste sazonal, houve um recuo de 0,59% no volume de brasileiros inadimplentes.Em número absoluto, o SPC Brasil e a CNDL estimam que até o encerramento do mês de setembro, havia um total de 57 milhões de consumidores com o nome registrado em cadastro de devedores – o que equivale a 38,9% da população adulta do país (faixa de 18 a 94 anos). Entre janeiro de 2015 e setembro do mesmo ano, houve um aumento líquido de aproximadamente 2,4 milhões de CPFs negativados em todo o território nacional.Número de dívidas também cresceO movimento de alta também foi verificado na quantidade de dívidas não pagas: a elevação em setembro foi de 6,63%, percentual acima dos 4,31% registrados no mesmo mês de 2014, na base anual de comparação. Já na comparação entre setembro deste ano e o mês imediatamente anterior, houve uma queda de 0,91% na quantidade de dívidas não pagas.Para os especialistas do SPC Brasil, os dados da inadimplência estão sendo influenciados pela perda de dinamismo da economia brasileira e pela deterioração das condições do mercado de trabalho. “Fatores econômicos como a inflação elevada, o alto custo das taxas de juros e o aumento do desemprego têm afetado a capacidade de pagamento dos consumidores”, afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.Os economistas observam que diante da piora do cenário macroeconômico, os indicadores de inadimplência retomaram a trajetória de aceleração a partir do início deste ano. Em janeiro, por exemplo, o volume de dívidas em atraso cresceu apenas 2,40%, patamar inferior ao observado no último mês de setembro.“Se lançarmos um olhar sobre a inadimplência ao longo dos últimos 12 meses, podemos notar que a partir de meados de 2014, o crescimento de devedores e de dívidas em atraso desacelerou em razão da menor oferta de crédito na economia e dos juros elevados. No inicio deste ano, porém, a deterioração do cenário macroeconômico se sobrepôs ao freio do crédito e a inadimplência voltou a acelerar”, observa a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti.Compromissos com água e luz lideram crescimentoLevando em consideração os setores em que os inadimplentes mais atrasaram seus compromissos, o indicador revela que as pendências com as contas de serviços básicos, como água e luz, apresentaram as altas mais expressivas (12,55%) na comparação entre setembro deste ano com o mesmo mês do ano passado. Em seguida aparecem as dívidas bancárias, que englobam pendências no cartão de crédito, empréstimos, financiamentos e seguros, com variação positiva de 10,32%.As dívidas do setor de telecomunicações, que leva em consideração atrasos no pagamento de telefone fixo, celular e TV por assinatura, cresceram 4,17%, enquanto os atrasos no comércio foram mais modestos, com uma leve alta de 0,85%. Quanto à participação no total de dívidas, as pendências bancárias ainda concentram quase a metade do total das dívidas existentes no Brasil: 48,17%.Inadimplência cai apenas entre os mais jovensO indicador mostra ainda que as dívidas em nome de consumidores mais velhos foram as que registraram os aumentos mais intensos. No caso dos idosos com idade entre 65 e 84 anos a alta foi de 10,92% na base anual de comparação. Em sentido oposto, as dívidas em atraso registradas em nome de consumidores mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos, apresentaram queda de 8,95%. Em termos de participação, quase a metade (49,43%) das dívidas atrasadas no Brasil estão registradas em nome de consumidores com idade entre 30 e 49 anos.“Os dados apontam para uma tendência observada há vários meses, que reflete de um lado, a entrada tardia dos jovens no mercado de trabalho e, consequentemente se endividando menos e, de outro lado, o aumento da expectativa de vida dos mais idosos, inclusive com a expansão da oferta de bens, serviços e de produtos de crédito direcionados para esse público específico”, explica a economista Marcela Kawauti.Brasileiro enfrenta dificuldades para pagar dívidasDados do indicador do SPC Brasil revela também que a dificuldade no pagamento de contas afeta tanto as dívidas contraídas mais recentemente como as mais antigas. As dívidas mais velhas, ou seja, registradas num período entre três e cinco anos, registraram a maior variação na comparação anual: 15,62%. Em seguida aparecem as dívidas mais recentes, registradas num intervalo de até 90 dias, com variação de 12,10% na comparação com setembro do ano passado. Analisando a participação de cada faixa de atraso, o indicador revela que 71% de todas as dívidas pendentes registradas em cadastro de devedores estão atrasadas há mais de um ano.Sudeste lidera participação no número de inadimplentesDe acordo com o indicador apurado pelo SPC Brasil e pela CNDL, as regiões que lideraram o crescimento do número de inadimplentes, na comparação com setembro do ano passado, foram o Nordeste (7,85%), o Sul (6,84%) e o Centro-Oeste (6,28%). No Norte (4,03%) e Sudeste (3,18%) as variações também foram positivas, mas menores do que a média nacional (5,45%).Segundo estimativas do SPC Brasil, o Sudeste é a região que concentra o maior número de devedores do país: 23,76 milhões de pessoas com o ‘nome sujo’. Isso se deve, principalmente, pelo fato de os estados que compõem a região contarem, também, com o maior número de habitantes na comparação com as demais regiões. No entanto, proporcionalmente, é a região Norte quem possui o maior número de consumidores inadimplentes frente a sua população total: são 5,22 milhões de residentes na região Norte com dívidas em atraso, o que representa 46,3% do total de adultos na região.No ranking de inadimplentes, o Nordeste aparece em segundo lugar com 15,15 milhões de devedores, seguido pelo Sul, com 8,18 milhões de pessoas com contras atrasadas. Em último lugar está o Centro-Oeste, que possui 4,70 milhões de pessoas em situação de inadimplência.Acesse o material completo e a série histórica clicando em “baixar arquivos” no linkhttps://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos
"A Neca não precisava de nada disso. Podia estar tomando champanhe em Paris", diz uma pessoa próxima da socióloga, educadora e acionista do Itaú Maria Alice Setúbal, mais conhecida pelo apelido de infância - que vem do termo "boneca".
Herdeira do maior banco privado brasileiro, em vez disso, Neca escolheu trabalhar com projetos sociais em São Miguel Paulista, bairro no extremo leste de São Paulo, à frente da Fundação Tide Setúbal, e se meter no vespeiro da política brasileira, apoiando a ex-senadora Marina Silva, que disputou duas vezes a presidência.A última decisão teve um custo. No ano passado, uma das principais estratégias da campanha do PT para enfraquecer Marina foi atacar sua associação com Neca, na época, coordenadora de seu programa de governo.Dilma acusou Neca de agir como "banqueira", não como "educadora", e apoiar Marina para garantir sua adesão a políticas pró-bancos. "Foi uma campanha muito agressiva", lembra Neca em entrevista à BBC Brasil. "(Mas) a própria (queda na) popularidade da presidente, o fato de a população achar que ela mentiu. Tudo isso se voltou contra ela."Fonte: BBC
A crise da imigração acendeu um grande debate na Europa enquanto países ainda tentam descobrir a melhor maneira de lidar com o número gigantesco de refugiados que desembarcam no continente todos os dias.
Segundo estimativas, cerca de 500 mil imigrantes chegaram à Europa somente neste ano – e esse número pode ser bem maior.A questão tem provocado comoção ao redor do mundo e levantado uma série de questões. A BBC Brasil tenta responder as principais delas aqui.http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/10/150929_perguntas_crise_imigrantes_rmFonte: BBC