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Cinco olhares para o futuro

Executivos de startups e empresas de tecnologia falam sobre as expectativas e oportunidades no pós-pandemia

21 Ago, 2020 às 09:25

  • A pandemia do novo coronavírus causou um grande impacto nos mais variados setores. Destruiu modelos, alavancou outros e catalisou transformações previstas para acontecerem só daqui a alguns anos. As áreas de pagamentos, digitalização, ensino à distância e delivery são só algumas das atividades que se viram, de uma hora para outra, catapultadas para o topo das prioridades do universo do varejo e serviços. Conversamos com cinco executivos de startups e empresas de tecnologia que estão surfando na onda provocada pela covid-19. Confira como eles estão vendo esse novo mundo!

     

    Carlos Netto, CEO da Matera –  O pulo do gato nos meios de pagamento

    Carlos Netto, CEO da Matera palestra Para o CEO da Matera, empresa de tecnologia para o mercado financeiro, se os QR Codes fossem utilizados apenas pelas lives, seria só mais uma moda passageira, mas com o PIX, novo sistema de pagamentos desenvolvido pelo Banco Central e anunciado para o final deste ano, o código chegou para ficar. “Algumas pessoas ainda estão acostumadas a interagir com o banco de outra forma, como ir na agência, usar o caixa eletrônico e o dinheiro em espécie”, diz. “Com a crise, existe uma força muito forte voltada para novos hábitos de pagamento digital. Ainda tem um público mais resistente, seja por desconhecimento ou por não acreditar na segurança, mas que agora vai ter que se adaptar”, sentencia. “O PIX irá beneficiar, empresas, bancos e população, possibilitando transações rápidas, baratas, seguras. Esse sistema abre novas frentes de atuações para mercados convencionais, aumentam a interoperabilidade no mercado e a concorrência, descentralizando o poder dos grandes bancos. Para o consumidor final, o processo é barato, feito através da câmera do celular, rápido e seguro. Será o pulo do gato para tornar as transações financeiras mais cômodas e práticas”.

     

    Allan Panossian, CEO do Delivery Direto – O delivery veio para ficar

    WhatsApp Image 2020-07-03 at 4.53.52 PM Para o CEO do Delivery Direto, app de delivery e unidade de negócios da Locaweb, a aceleração digital provocada pela pandemia impactou diretamente os novos hábitos de consumo, principalmente pela comodidade, eficiência e rapidez no processo de escolha de produtos, compra e entrega. “Nesse sentido, o cenário é muito promissor para o mercado de delivery e as soluções de tecnologia integradas a ele, como a gestão da carteira de clientes e independência para gerenciar os pedidos, sem depender das grandes taxas que os aplicativos de entrega cobram dos PME’s”, diz Panossian. Além disso, ele menciona a presença da aceleração da transformação tecnológica em toda a cadeia produtiva dos negócios. “Talvez, até os vínculos e interações sociais mudem também. Até mesmo as empresas que buscavam a presença física nos grandes escritórios estão vendo que a dinâmica pode ser mais flexível, considerando o home office como algo mais viável e que eleva a produtividade e o engajamento das equipes/setores. “As percepções do tempo livre estão em constante mudança. O setor de delivery veio para ficar e dificilmente haverá retração econômica no setor”, finaliza o CEO

     

     

     

     

    Guilherme Soares, executivo da Contabilizei – A oportunidade que se torna necessidade

    FDS_contabilizei-guilherme_191014_220 O executivo da Contabilizei, escritório pioneiro em oferecer serviços online, conta que a pandemia adiantou processos de digitalização que já eram tendência de mercado. “A pandemia trouxe novos desafios para o mercado para contemplar um cenário de negócios fisicamente fechados e com redução brusca da capacidade de locomoção. A migração para a contabilidade online é um exemplo disso. Esse é o momento de reduzir custos, manter ou até melhorar a qualidade dos serviços prestados. O meio digital já oferecia isso ao mercado há alguns anos, mas nem todos utilizavam. No cenário de quarentena mais do que oportunidade, isso se tornou uma necessidade”, afirma. “Com isso, e após ver os benefícios desse universo, acredito que dificilmente os empreendedores vão querer retornar ao mundo como era antes”, diz.

     

     

     

    Albert Go, Diretor da Lalamove – Delivery é conforto e economia de tempo

    WhatsApp Image 2020-07-03 at 4.55.34 PM A Lalamove, plataforma online de soluções em entregas que conecta usuários e empresas a motoristas de utilitários, minivans e motocicletas, atua em um dos mercados que mais cresceu durante a pandemia: o de delivery. Segundo Albert Go, diretor regional da empresa para a América Latina, “os negócios que já usavam as soluções da startup aumentaram sua demanda por entregas. Além disso, outras empresas que ainda não usavam o delivery viram-se obrigadas a recorrer a essa solução para continuar suas operações”. Ele acredita que, em um cenário pós-pandemia, a demanda por entregas deve continuar em crescimento, pois essa modalidade garante mais segurança e comodidade para os consumidores. “Embora as pessoas estejam ansiosas para voltar à normalidade, elas descobriram que podem receber praticamente o que quiserem sem sair de casa, com conforto e economia de tempo”, diz.

     

     

    Rodrigo Salvador, CEO da Passei Direto – Ensino como incentivo à tecnologia

    Salvador R.jpeg (1) Para o CEO e cofundador da Passei Direto, rede de ensino à distância (EAD) que disponibiliza mais de sete milhões de conteúdos criados por estudantes e especialistas em todos os níveis de ensino, o EAD teve e continuará tendo grande impacto na educação, formação e capacitação das pessoas. “A educação a distância já vinha em uma curva ascendente e foi acelerada com a covid-19. Com mais alunos aprendendo em casa, maior é a necessidade de soluções digitais para a educação. Isso tornou redes como a nossa ainda mais relevante para os estudantes”. Em um cenário pós-pandemia, ele acredita que o EAD seguirá forte, mesmo com a volta do ensino presencial. Para o empreendedor, esse método de estudo vai incentivar o uso de novas tecnologias e ferramentas para o ensino no Brasil.

     

Projeto Custo Brasil é debatido em reunião com Ministério da Economia

Projeto coordenado pela Sepec almeja reduzir 1,5 trilhão de reais do Custo Brasil por meio da produtividade, competitividade e eficiência

21 Ago, 2020 às 08:49

  • As principais entidades do setor do varejo se reuniram nesta terça-feira (18) com a equipe da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), do Ministério da Economia, que apresentou os desdobramentos do “Projeto Custo Brasil, que almeja reduzir 1,5 trilhão de reais do Custo Brasil por meio da produtividade, competitividade e eficiência.

    O CEO do projeto, Jorge Lima, discutiu com os representantes do setor os detalhes da Mandala do Custo Brasil, que compara a performance do Brasil com o desempenho da média dos países que integram a OCDE. Além disso, os participantes conheceram o programa criado pelo projeto onde o setor poderá apresentar propostas/projetos relevantes que tenham impacto para o Custo Brasil.

    “Como resultante do projeto vimos um Custo Brasil medido de 1 trilhão e 500 bilhões de reais por ano, ou 22% do PIB, que são drenados da nossa economia com severos impactos sociais. A partir dessa quantificação foi criada uma ferramenta na internet, coordenada pela SEPEC, onde o setor produtivo apresentará soluções que ajudem a reduzir o Custo Brasil”, disse Lima.

     

    Acesso ao crédito

    No encontro, o setor debateu ainda com o Ministério da Economia o processo de retomada econômica e as medidas apresentadas pelo Governo Federal de ajuda aos empresários de todo o país.

    O presidente da CNDL, José César da Costa, reiterou a preocupação do setor em relação à dificuldade dos créditos e financiamentos chegarem aos micro, pequenos e médios empresários.

    “A questão do crédito não foi resolvida. O Pronampe ainda não foi sancionado e os empresários continuam sem conseguir ter acesso ao crédito. Precisamos de uma resposta do Governo e de ações que tragam efetivamente soluções para esse problema. Os micro e pequenos empresários não podem mais esperar, eles necessitam desses créditos com urgência”, destacou Costa.

    De acordo com Jorge Lima, é fundamental que essas reclamações e denúncias de dificuldade de acessar os créditos junto aos bancos sejam denunciadas aos canais oficiais do Banco Central.

    “Sem denúncia não tem como fiscalizar e atuar contra as irregularidades que estão acontecendo. O Ministério da Economia tem como prioridade a ajuda emergencial aos empresários que tanto foram impactados pela pandemia”, afirmou Lima.

     

    Custo Brasil – Metodologia
    O estudo analisou os principais entraves à competitividade do setor produtivo brasileiro, tendo como referência o ciclo de vida das empresas. Foram elencados indicadores nas 12 áreas consideradas vitais para a competitividade do setor empresarial. O diagnóstico apresenta uma comparação do custo de se produzir no Brasil em comparação à média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

    O mapeamento realizado estimou o peso relativo entre os distintos elementos identificados. Essas estimativas buscam se aproximar do custo real enfrentado pelas empresas, avaliando qual seria a redução para elas caso tivéssemos hoje o nível médio da OCDE em todos os 12 temas em análise:

    1. Abrir um negócio
    2. Financiar o negócio
    3. Empregar capital humano
    4. Dispor da infraestrutura
    5. Acessar insumos básicos
    6. Atuar em ambiente jurídico e regulatório eficaz
    7. Integrar com cadeias produtivas globais
    8. Honrar tributos
    9. Acessar serviços públicos
    10. Reinventar o negócio
    11. Competir e ser desafiado de forma justa
    12. Retomar ou encerrar o negócio

    Para cada um dos indicadores analisados, partiu-se da lacuna existente entre a posição brasileira – mapeada por diversos estudos oficiais e a média de produtividade da OCDE. É uma estimativa abrangente, para a economia como um todo, que se aproxima bastante do custo real enfrentado pelas empresas.

    • Em oferta de capital, por exemplo, os países da OCDE dispõem de 63% mais crédito do que o Brasil (fonte: Banco Mundial);
    • Em relação aos encargos trabalhistas, comparadas com os países da OCDE, as empresas brasileiras gastam 11,4 pontos percentuais a mais dos seus custos totais com empregados em encargos (fonte: OCDE);
    • Em relação à carga tributária, identificou-se que empresas da OCDE dedicam, em média, 38% menos de seus lucros para pagar impostos do que empresas brasileiras (fonte:Banco Mundial);
    • Em relação à complexidade tributária, países da OCDE gastam 89% menos tempo que o Brasil para preparar seus impostos (Fonte: Doing Business/Banco Mundial);
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